Gutenberg e a Invenção que Mudou o Mundo. Ainda que se saiba muito pouco sobre o homem, qualquer pessoa já ouviu falar da figura histórica e sua criação revolucionária. Os dados sobre Gutenberg são imprecisos: desde a data de seu nascimento, por volta do ano de 1400 até sua morte, estimada em 3 de fevereiro de 1468. Sua cidade natal teria sido Mainz ou talvez em Eltville, na outra margem do rio Reno, na Alemanha. Gutenberg vinha de uma família burguesa: os Gensfleisch. Mais tarde adotou como sobrenome a localidade em que sua família residia: Hof zum Gutenberg. A invensão de Gutenberg não era realmente uma novidade. Existem muitos registros de impressões no oriente de várias formas diferentes.
Gutenberg, na verdade, descobriu um nicho de mercado! Ele era um ourives muito talentoso e estava disposto a assumir riscos. Assim, ele criou as letras móveis metálicas, os chamados tipos. Mas ele não estava sozinho em sua empreitada. Entre 1452 e 1454, com a colaboração de Johannes Fust e de Peter Schöffer ele já havia montado a prensa para a impressão com esses tipos. Durante séculos os livros haviam sido feitos de forma manual, principalmente pelos monges em monastérios de toda a Europa. Verdade que esses livros eram ricamente decorados e ilustrados em detalhes, porém eram caros e apenas os nobres e o próprio clero tinham acesso a essas riquezas. Saber ler então era um privilégio menos frequente ainda.
O Mundo na Época
O renascimento cultural e científico que ocorreu na Europa entre os séculos XIV e XVIII proporcionaram mudanças profundas na sociedade da época. Houve o surgimento de ideias revolucionárias que abalaram o monopólio do conhecimento, até então controlado pela igreja católica. No Ocidente, a visão teocêntrica do mundo foi sendo gradativamente substituída por uma visão antropocêntrica, com tudo o que isto implica, como rejeição de doutrinas e a abertura a formas não religiosas de conhecimento.
A criação da prensa de tipos móveis surgiu do acúmulo de elementos, ideias e necessidade de vários indivíduos. Grande parte disso se deu pela reforma protestante de Martinho Lutero. Esse movimento criou, além de um conflito imenso com a igreja, a vontade das pessoas estarem próximas a Deus e para isso, elas precisavam ter acesso à sua palavra. Primeiro vieram os volantes com a inscrição dos hinos que eram entoados durante os cultos não mais em latim e sim em alemão e por fim, os livros. Recomendo muito assistir ao filme Lutero (2003) para entender melhor o contexto.
A Revolução
Em 1450 Gutenberg daria início ao seu projeto mais ambicioso. Com a ajuda de 20 funcionários ele iria imprimir cerca de 180 cópias da Bíblia em vernáculo (alemão). O incunábulo impresso por Gutenberg também ficou conhecido como Bíblia de 42 linhas e uma cópia completa possuía 1282 páginas com texto em duas colunas. Normalmente era encadernada em dois volumes.
A máquina impressora criada em Mainz promoveu um aumento significativo no volume de livros produzidos em comparação com obras feitas a mão, além do maior acesso aos livros em disponibilidade física e menor custo. Isso promoveu um aumento nas taxas de alfabetização e a rápida disseminação de ideias sobre religião e ciência. Foi muita lenha em uma fogueira que já estava bem grande. O fervor intelectual já havia levado à criação das primeiras universidades, e apontava agora na direção de qualquer fonte de conhecimento. Os livros impressos com máquinas como a de Gutenberg disseminaram o hábito de ler e escrever e tornaram a cultura acessível às novas classes sociais, cuja influência começava a aparecer nas cidades.
A Ruína
Ao contrário do que se possa imaginar, Gutenberg não colheu os louros de suas invenções. O capital para seus projetos vinha de sociedades. Durante mais de vinte anos, durante sua juventude, Gutenberg viveu em Estrasburgo. Foi lá que se unindo a mais três sócios começou uma empresa para explorar suas ideias. Um dos sócios, Andreas Dritzehn, acabou falecendo vitima da peste. Foi então que se iniciou uma disputa jurídica entre os herdeiros do falecido para reaver o investimento. A justiça deu ganho de causa a Gutenberg, mas não foi o suficiente para salvar a empresa, que acabou fechando.
Voltando a Mainz, em 1450, Gutenberg conheceu Johanes Fust. Fust era um homem de negócios. Ele emprestou dinheiro a Gutemberg para desenvolver a prensa e posteriormente a Bíblia. Reza a lenda que faltando apenas alguns exemplares, Fust processou Gutenberg por não cumprir o acordo no prazo. Ele teria tido a ajuda do aprendiz de Gutenberg que testemunhou contra o mestre. O agiota ganhou o processo, ficando com a máquina impressora e todas as bíblias já impressas. A história de Fust e o que ele fez com as bíblias rende outro texto. Gutenberg, no que lhe concerne, viu-se privado de todo o seu trabalho, das suas prensas, das suas Bíblias e falido.
Fontes:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/78915
http://www.bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-elementos-teoria-pequisa-comunicacao-media.pdf
https://super.abril.com.br/historia/gutenberg-primeiras-impressoes/
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