O filme “O Nome da Rosa” é uma adaptação do livro homônimo de Umberto Eco, dirigido por Jean-Jacques Annaud, e estrelado por Sean Connery como o monge franciscano William de Baskerville. O filme é ambientado na Itália do século XIV, em um mosteiro onde ocorrem uma série de assassinatos misteriosos, e William é chamado para investigar, levando consigo seu jovem aprendiz, Adso de Melk.
O filme é uma obra-prima do cinema, tanto em termos de sua adaptação do livro de Eco quanto de sua própria estética cinematográfica. Annaud cria um ambiente claustrofóbico e opressivo, que reflete a tensão crescente à medida que a investigação de William se aprofunda e se aproxima da verdade.
A atuação de Connery é uma das maiores forças do filme. Ele interpreta William com uma mistura perfeita de sagacidade, humildade e inteligência, e é fácil sentir empatia pelo personagem. Sua relação com Adso, interpretado por Christian Slater, é igualmente importante para o filme. Slater oferece uma performance convincente como o jovem aprendiz que acompanha William em sua investigação e que, em última análise, testemunha as terríveis consequências dos eventos.
Além disso, o filme é uma reflexão sobre a natureza da verdade e da fé. A Igreja Católica é retratada como uma instituição poderosa e muitas vezes corrupta, disposta a esconder a verdade em nome de seus próprios interesses. A busca de William pela verdade e a luta para mantê-la contra aqueles que tentam suprimi-la são temas poderosos e relevantes até hoje.
No entanto, o filme não é perfeito. Alguns críticos argumentam que é muito longo e lento, e que a revelação do assassino final não é tão satisfatória quanto deveria ser. Além disso, a caracterização dos personagens secundários pode ser um pouco rasa em alguns casos.
A biblioteca
A biblioteca do mosteiro onde se passa o filme “O Nome da Rosa” é um dos aspectos mais marcantes e emblemáticos da história. Ela é um labirinto enorme e misterioso, cheio de corredores escuros e estantes cheias de livros antigos e raros. Sendo um lugar sagrado e proibido, apenas os monges selecionados têm acesso a ela.
A biblioteca é uma metáfora poderosa para a busca da verdade e do conhecimento que é central ao filme. É também um símbolo da tensão entre a fé e a razão, que é um tema recorrente na história. Os monges acreditam que a verdade é revelada apenas através da fé, enquanto William, que é um estudioso da razão, acredita que a verdade pode ser descoberta através da lógica e do pensamento crítico.
Sendo um local muito obscuro, também é um símbolo da corrupção da Igreja Católica na época, e do desejo de manter o conhecimento em segredo para manter o poder. Muitos dos livros na biblioteca são proibidos pela igreja, e William suspeita que o lugar possa conter segredos perigosos que a igreja está tentando esconder.
No geral, “O Nome da Rosa” é um filme excepcionalmente bem executado e envolvente. A fotografia, a direção de arte e a trilha sonora são todas excelentes, e o roteiro de Andrew Birkin, Gérard Brach e Howard Franklin é uma adaptação admirável do livro de Eco. É um filme que cativa o público e o deixa com muito o que refletir.
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